quarta-feira, fevereiro 16

Diálogo palaciano, testemunhado por um pernilongo


Longe dos refletores, num gabinete do Planalto, dois auxiliares de Dilma conversaram sobre aliados rebeldes. Concordaram: é preciso punir os deputados governistas que votarem contra o salário mínimo de R$ 545 na sessão desta quarta.

É inadmissível.
Inaceitável.
Onde é que nós estamos?
Triste.
Desmoraliza o governo.
Sem dúvida.
Não pode passar sem retaliação.
De jeito nenhum.
Corte de todas as emendas.
Mas, mas...
Todas. Sem piedade!
Mas o Mantega já não cortou as emendas?
Tem razão, cortou.
Então, só matando!
Matar eu não digo, mas podemos chamar o Anderson Silva.
Anderson?!?!?
Campeão de ultimate fighting. Derrubou Vitor Belfort em três minutos.
Rápido assim?
Um chute matador. No queixo. Nocaute!
Não acha melhor a gente cortar os cargos de segundo escalão?
Claro. Eu tava só brincando. Força bruta, nem pensar.
Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás.
Se bem que...
O quê?
Esse Anderson... Na cola do Lupi e do Paulinho. Não é má ideia.
Pra chutar?
Não, não. Seria desumano. Ninguém merece.
Tem razão. Nem o Paulinho.
Mas... Um chutezinho no queixo.
Sem muita força.
Sim, claro, de raspão.


Um pernilongo que testemunhou o diálogo ficou com a impressão de que, para os auxiliares de Dilma, um chute no queixo do Lupi e do Paulinho –sem muita força, de raspão— pode fazer bem ao governo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário