quinta-feira, abril 7

Mensalão fica para 2050, diz Lula


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva previu o julgamento do caso do mensalão apenas por volta de 2050, se o relatório final da Polícia Federal vier a ser incorporado nos autos do processo por decisão do Supremo Tribunal Federal. A questão está nas mãos do ministro do STF Joaquim Barbosa, relator do caso. Lula afirmou não ter lido o texto por não ser “advogado” e indicou suas dúvidas sobre a continuidade desse processo.

“Não tem relatório final do mensalão. Tem uma peça que dizem que foi o relatório produzido pela Polícia Federal. Mas não se sabe se o ministro Joaquim vai receber ou não, se aquilo vai entrar nos autos do processo”, afirmou o ex-presidente. “Se entrar, todos os advogados de defesa vão pedir prazo para julgar. Então, vai ser julgado em 2050. Não sei se isso vai acontecer”, completou, depois de proferir palestra remunerada no Fórum de Líderes do Setor Público, promovido pela Microsoft em Washington.

Embora Lula tenha levantado dúvidas sobre a legitimidade do documento, o relatório da PF concluiu ter realmente existido o esquema de desvio de dinheiro público para o pagamento de políticos intermediado por empresas do publicitário Marcos Valério. Desde 2005, quando o escândalo veio à tona, o então presidente Lula vinha negando sua existência. Questionado sobre outra pendência de sua gestão, a emissão de passaporte diplomático para sete de seus parentes, Lula afirmou ser essa uma questão “do Itamaraty”. O Ministério Público Federal do Distrito Federal concluiu que a concessão do documento para quatro filhos e seis netos de Lula fora irregular e pediu a devolução em prazo de 30 dias.

Cem Dias

 Em tom mais descontraído, Lula defendeu à imprensa não ser válida a avaliação dos cem dias do governo de Dilma Rousseff ou de qualquer outro governante. Também afirmou ser um absurdo um político recém-empossado comprometer-se a um programa para esse período inicial de gestão. Segundo Lula, Dilma Rousseff tem o compromisso de um mandato de quatro anos, com direito à reeleição por mais quatro, e deverá ser julgada apenas em 2014.

Recordou ainda que, em 1989, a então petista Eloísa Erundina assumiu a Prefeitura de São Paulo com essa proposta. “Foi um desastre porque, em 100 dias, a gente não tinha nada (a apresentar)”, afirmou. “Em 100 dias, a gente está aprendendo os corredores, as cadeiras, a abrir gavetas.”

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